Aurora era a matriarca da família. Herdou o nome das primeiras luzes da manhã.

Ninguém sabia a sua idade... Nem ela, que perdeu a sua mãe em tenra idade.

Começou a ajudar os seus tios no campo e, cansada das sovas sem sentido, fugia nas noite de verão para o bailarico da aldeia. Apaixonou-se com 16 anos mal feitos.

A Guerra levou o amor da sua vida. Deixou-a com a semente no ventre.

Desde sempre aprendera a lutar. Ela, que sempre sonhara com mais, via-se novamente sozinha na vida com um ser indefeso nos braços.

Nunca se lhe conheceu outro homem. Fiel ao seu Américo e à criança que geraram num dia de verão.

Mulher de armas, garra. Nunca baixou os braços.
Mulher orgulhosa, Mãe extremosa.
Teve uma vida de sacrifícios.

Foi Pai, Mãe. Foi pilar, força e incentivo para seu filho.
Foi o que nunca tinham sido para ela. Foi a extensão de um Amor desdobrado em dois.

Hoje, largou os tachos e panelas. Pousou a vassoura e os panos de cozinha.
Hoje sorri com os rebentos da sua semente.
Hoje, finalmente, conheceu a felicidade plena dos ramos em flor.

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