Há palavras que nunca te disse.

Não precisamos perder tempo com frases ordenados que as bocas debitam.
Tu perguntas com o olhar. Eu, já com o calor primaveril a surgir em mim, respondo-te com um som mudo.

A praça está repleta de turistas.
A esplanada possui o burburinho de gentes sorridentes, enquanto comem o seu gelado à colher.

Eu, mulher rebelde, peço um cone de baunilha e degusto o sabor.
Os lábios, sempre apressados, são os primeiros a sentir o aveludado daquele creme que já escorre por entre os dedos.
A língua junta-se à festa sensorial e às cores que se atravessam em nós.

Segues atentamente todos os gestos com uma fome que surge em escalada... sempre veloz.

Com voz entrecortada, gritas com voz gutural  "A conta por favor".

By me
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