Os meus braços são hoje troncos velhos e inertes que pousam descuidadamente no chão, já depois de derrubados pelas tempestades que assolaram o meu corpo.

Os meus pés, cansados pelo peso da vida madrasta, recusam-se a rastejar mais pelas areias que se espalharam na serpente de socalcos, aqueles íngremes gumes que rasgaram os sonhos que viviam em mim.

O tempo não foi meu amigo.
Os minutos transformaram-se em penas de prisão perpétuas que, só de quando em vez, me é permitido um vislumbre de sol que aquece, por breve instantes, o frio que mora em mim.

Não consigo ser a fortaleza que conheceste. Estou tão cansada de lutar contra o que não vejo, de chorar pelo que não conheço, de ansiar pelo que não sei.

By me
Photo unknown

Comentários